“Vozes Ancestrais” no CCBB Brasília
Esta semana tem “Vozes Ancestrais” no CCBB Brasília: oficinas e shows exaltam cantos negros do Brasil e dos EUA, com Alissa Sanders e Sérgio Pererê, e têm participações de Letícia Fialho e Vanessa Soares
Com oficinas e série de shows, de 20 a 20 e 22/12, o projeto “Vozes Ancestrais” chega ao CCBB Brasília, com a valorização de cantos seculares criados por escravizados negros brasileiros e norte-americanos, num resgate de origens comuns.
O CCBB Brasília, por meio do show “Vozes Ancestrais”, será espaço para o protagonismo das raízes da música brasileira e norte-americana que estão nos cantos de pessoas negras escravizadas, nas canções que preservaram suas culturas, potentes mecanismos de sobrevivência e resistência. Os artistas Sérgio Pererê e Alissa Sanders, inspirados por essa origem musical comum aos dois países, no processo de criação da diáspora africana na América, conceberam o show “Vozes Ancestrais” e também duas oficinas que ministram pessoalmente. Na capital federal, as apresentações têm as participações da cantora Letícia Fialho e da dançarina Vanessa Soares.
Todas as atividades são gratuitas e acontecem nos dias 20, 21 e 22 de dezembro (sexta-feira, sábado e domingo). Esse espetáculo já passou por Belo Horizonte/MG e Rio de Janeiro/RJ e agora chega à capital brasileira. Para assistir ao show “Vozes Ancestrais”, o público pode retirar os ingressos no site ccbb.com.br/brasilia e na bilheteria do CCBB Brasília, no dia 19 de dezembro.
OFICINAS – Além dos shows, duas oficinas relacionadas aos cantos ancestrais exaltados nas apresentações serão realizadas para o público do Distrito Federal. São 40 vagas para cada oficina, com inscrições gratuitas, que podem ser feitas diretamente na bilheteria, no dia de cada atividade, por ordem de chegada.
Comandada por Sérgio Pererê, a oficina “Labidumba” propõe um passeio pelo universo vocal de culturas tradicionais do Brasil e do mundo, explorando as possibilidades dos cantos difônicos e polifônicos. O encontro acontece no dia 21/12, às 11h, com duração de 90 minutos, no CCBB DF. A oficina é aberta para todos, desde crianças a partir de 8 anos, até contadores de histórias, cantores, arte-educadores e demais público interessado.
Na oficina “Cantando as raízes da música negra americana”, o comando é de Alissa Sanders, que explora os gêneros da música norte-americana presentes no show. Baseada nos métodos pedagógicos do músico estadunidense Bobby McFerrin, a atividade convida os participantes a se conectarem em uma experiência de canto coletiva. Durante a oficina, a artista também contará a história por trás de algumas músicas que serão trabalhadas. A atividade acontece no dia 22/12, às 11h, também com duração de 90 minutos, no CCBB DF, e é aberta a todas as pessoas interessadas, a partir dos 12 anos.
CELEBRAÇÃO – O show “Vozes Ancestrais” celebra o encontro entre os cantos do vissungo e dos reinados de Minas, que marcam a trajetória artística e pessoal do cantor e multiartista mineiro Sérgio Pererê, com os spirituals, cantos de trabalho e folclóricos presentes na história dos escravizados negros norte-americanos, que fazem parte da herança de Alissa Sanders, nascida em Los Angeles (EUA) e radicada no Brasil há quase três décadas.
As músicas ecoadas pelos ancestrais de Alissa e Pererê, seja no ciclo do ouro de Minas Gerais ou nas lavouras americanas, carregam um peso afetivo em comum aos dois artistas. “Os cantos do vissungo e dos spirituals são o jeito de viver africano. A partir da filosofia Bantu, existe uma herança africana que diz: ‘para tudo se canta’. Não é apenas para trabalhar que se canta, se canta para comer, para dormir, para agradecer, para xingar. Para tudo”, explica Pererê.
Ao mesmo tempo, as músicas estão repletas de códigos de sobrevivência usados como estratégia de fuga e proteção do povo negro. “Os negros e negras escravizados foram obrigados a aprender a Bíblia. E tiraram das histórias do povo israelita muitas coincidências com as suas histórias. Há cantos sobre a abertura do Mar Vermelho por Moisés, que é uma referência para fugir. Há canções que mencionam um lugar seguro com luz na janela, e era um código que indicava que essas casas abrigavam pessoas em fuga”, conta Alissa.
REPERTÓRIO – Nos shows, Sérgio Pererê e Alissa Sanders recuperam músicas em português e inglês, inspiradas pelos vissungos e pelos spirituals, além de outros cantos negros tradicionais. O repertório se desdobra em uma confluência de gêneros que inclui o blues, a congada, o folk, o samba, o catopê, o pop, o jazz e o ring shout, gênero nascido na região Gullah, no Sul dos Estados Unidos, a partir de rituais religiosos marcados por gritos, batidas de palma e dança em roda.
A sonoridade mistura os clássicos tambores de Pererê, incluindo também o instrumento melódico mbira, junto ao banjo americano, à percussão corporal e aos efeitos eletrônicos, sintetizados por Alissa Sanders. A banda é complementada pelo mineiro Acauã Rane (violão e baixo) e pelo baiano Bruno Aranha (piano). Na temporada de Brasília, o “Vozes Ancestrais” terá duas participações: da dançarina paulistana Vanessa Soares no dia 20/12 e da cantora brasiliense Letícia Fialho no dia 21/12.
“Sinto que esse espetáculo conversa com vários estilos e tradições do mundo todo. Para quem for assistir, será muito intrigante porque eu diria que nenhuma das músicas é só brasileira, americana ou africana. São todas muito misturadas. É um toque de gospel dentro do samba e junto dos tambores”, avalia Sanders.
“Será interessante mostrar para as pessoas que, quando a gente pensa em música popular, no mundo todo, no sentido comercial de tocar no rádio, quase toda a música vem dessas raízes. O rock, o blues, o samba, o choro, a música pop, tudo vai passar por essa conhecida célula de batidas de palmas e pés, marcada nos cantos de pessoas pretas que foram escravizadas”, complementa Pererê.
O repertório do show “Vozes Ancestrais” traz, ainda, canções compostas por Sanders durante sua recente viagem para Mali e Senegal, na África, e a exemplo do cancioneiro de Pererê, que resgata cantos dos Reinados de Minas, assim como fazem as músicas do recente disco “Velhos de Coroa” (2023).
SOBRE O CCBB BRASÍLIA - Aberto ao público desde 12 de outubro de 2000, está sediado no Edifício Tancredo Neves, uma obra arquitetônica de Oscar Niemeyer, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília tem o objetivo de reunir, em um só lugar, todas as formas de arte e criatividade possíveis, com amplo acesso aos mais diversos públicos, com acessibilidade e incluindo transporte gratuito.
Com projeto paisagístico assinado por Alda Rabello Cunha, o CCBB Brasília oferece amplos espaços de convivência, uma estrutura com 5 galerias, sala de cinema, teatro, jardins, praças, banheiros e bebedouros que podem ser utilizados o dia todo, para o conforto do visitante, além de um bistrô e um café. No espaço são realizadas exposições, espetáculos, mostras de cinema e eventos externos, como feirinhas e festivais de música.
Para cumprir amplamente suas finalidades e atender aos mais diversos públicos, o espaço oferece também o Programa Educativo CCBB Brasília. Esse é um programa contínuo de arte-educação, patrocinado pelo Banco do Brasil, iniciativa em que são desenvolvidas ações educativas e culturais para aproximar o visitante da programação em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). O Programa acolhe o público espontâneo, em especial milhares de estudantes de escolas públicas e particulares, universitários e instituições, ao longo do ano, por meio de visitas mediadas agendadas, oferecendo também atividades de arte e educação aos fins de semana.
Desde o final de 2022, o CCBB Brasília é o terceiro prédio do Banco do Brasil a receber a certificação ISO 14001. Em 2023, obteve a renovação anual da certificação, o que representa um reconhecimento do compromisso com gestão ambiental e sustentabilidade.
ACESSIBILIDADE NO CCBB – A chegada ao centro cultural pode ser feita usando a van “Vem para o CCBB”, que sai de hora em hora da Biblioteca Nacional, um serviço gratuito para facilitar a chegada ao local. O espaço cultural também dispõe de um bicicletário em frente à praça central. O local dispõe, ainda, de medidas de acessibilidade, como assentos reservados para PCDs, intérpretes de libras e arte-educadores treinados.
FICHA TÉCNICA – “VOZES ANCESTRAIS”
Idealizadora, cantora e musicista: Alissa Sanders | Idealizador, cantor e músico: Sérgio Pererê | Cordas: Acauã Ranne | Piano: Bruno Aranha | Participações: Letícia Fialho (voz) e Vanessa Soares (dança) | Produtora Executiva: Vanessa Soares | Movimentar Produções | Produtora Cultural: Ramile Barbalho | Direção Artística: Lira Ribas | Design Gráfico: Suzane Lopes | Intérprete de Libras: Andryelle Fraga | Figurino: Tenka Dara | Baobá Brasil | Social Mídia: Rebecca Aletheia | Iluminador: Silvestre Jr. | Engenheiros de som: João Hsia e Lucas Félix | Fotos e Audiovisual: Pablo Bernardo e Paris de Araujo | Artista Plástico e Cenógrafo: Alexandre Tavera | Assessoria de Imprensa de BH: Lucas Buzatti Faria| Floriano | Assessoria de Imprensa do DF: Paó Comunicação | Patrocínio: Centro Cultural Banco do Brasil | Ministério da Cultura MINC e Governo Federal do Brasil
SERVIÇO – “VOZES ANCESTRAIS”
CCBB Brasília recebe Alissa Sanders e Sérgio Pererê, que apresentam: “Vissungos e Spirituals – Vozes Ancestrais Negras das Américas”
Quando: 20/12 (sexta-feira), às 20h, com participação da dançarina Vanessa Soares;
21/12 (sábado), às 20h, com participação da cantora Letícia Fialho e 22/12 (domingo), às 19h.
Onde: Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (Asa Sul Trecho 2 – Brasília, DF)
Quanto: Os ingressos são gratuitos e podem ser adquiridos no site ccbb.com.br/brasilia e na bilheteria do CCBB – DF.
Oficinas: Dias 21 e 22/12, às 11h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no dia, direto na bilheteria, por ordem de chegada.
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