Saúde receberá 10 mil máscaras confeccionadas por sentenciadas
Secretário de Saúde destaca que, com esse trabalho, as internas da Penitenciária Feminina do DF estão “contribuindo ativamente para o bem-estar social“
Uma rede solidária de ajuda tem se formado durante a pandemia do coronavírus para proteger os profissionais que atuam diretamente no cuidado das pessoas afetadas pela Covid-19. Nesse esforço, uma parceria foi firmada entre as secretarias de Saúde (SES) e de Segurança Pública (SSP) para aproveitar a mão de obra de mulheres sentenciadas, com experiência em costura, na confecção de máscaras.
As internas trabalham na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), popularmente chamada de Colmeia. Até o momento, já produziram 1,7 mil máscaras, distribuídas entre as unidades que mais necessitam. O compromisso firmado com a SES é que 10 mil máscaras sejam confeccionadas para abastecer a rede. Os itens possuem três camadas, sendo duas de TNT e uma de tecido com retenção bacteriana.
A diretora da PFDF, Rita de Cássia Gaio, trabalha com a expectativa de que, nas próximas semanas, seja possível alcançar essa quantidade de máscaras. “Com o material filtrante doado pela Secretaria de Saúde, conseguiremos entregar essa quantidade”, diz. Segundo a diretora, 26 sentenciadas produzem, atualmente, 300 máscaras por dia. Três dias trabalhados correspondem a um dia a menos da sentença.
“Essa é uma ação que, além de contribuir com os esforços dos profissionais de saúde no combate à pandemia, atende a uma demanda crescente por máscaras na rede”, destaca o secretário de Saúde, Francisco Araújo. “Ao mesmo tempo, dignifica o trabalho das sentenciadas, que estão contribuindo ativamente para o bem-estar social.”
Parceria eficiente
A ideia inicial na PFDF era fabricar alguns artigos que pudessem ser utilizados pelos servidores da Secretaria de Segurança Pública (SSP) encarregados de escoltar as custodiadas durante o atendimento médico. As primeiras peças confeccionadas, com utilização das máquinas para produção disponíveis na penitenciária, foram toucas, propés e capotes. Participaram dessa primeira etapa 40 internas capacitadas em costura.
“Já tínhamos vontade de produzir máscaras nessa época, mas não tínhamos o material específico, que é o elemento filtrante”, conta Rita de Cássia. “Buscamos contato com a Secretaria de Saúde para receber a orientação correta na fabricação, para que [as máscaras] pudessem ser utilizadas tanto pelos servidores da Saúde quanto pelos da Segurança Pública.” Para a subsecretária de Logística, Mariana Rodrigues, essa “foi uma parceria providencial.”
Processo produtivo
Uma vez concluídas as máscaras, as duas secretarias vão estudar a possibilidade de as internas passarem a produzir também outros equipamentos de proteção individual (EPIs),a serem utilizados pelos profissionais de saúde da rede pública do DF.
A penitenciária já contava com uma oficina de confecções, na qual eram fabricados os uniformes utilizados pelas internas na PFDF, além de peças de artesanato. Atualmente, parte da produção é usada nas unidades prisionais pelos servidores da Segurança Pública, sendo o restante devolvido à Secretaria de Saúde.
* Com informações da SES
Por: Agência Brasília