Dia Nacional de Combate ao Colesterol
Biomédica fala sobre a importância do controle do colesterol para evitar doenças cardíacas e cerebrais
Nutricionista dá dicas e comenta sobre os alimentos campeões no auxílio à redução do colesterol ruim
Todos os anos, milhões de pessoas morrem de infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral) em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças que, em muitos casos, podem ser prevenidas. E foi para chamar a atenção e conscientizar a população para esta necessidade que foi instituído, em 2003, o dia 8 de agosto como o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, uma das principais causas de doenças cardíacas e outras enfermidades graves.
A biomédica Thaís Bazoti Brito Sottani, chama a atenção para a necessidade do controle dos índices de colesterol no sangue e explica o que é e como ele pode ser evitado. A professora do curso de Biomedicina da Estácio esclarece que o colesterol é um tipo de lipídio, portanto uma gordura, que pode ser produzido no fígado e também adquirido com o consumo de alguns alimentos.
– Ao contrário do que muita gente pensa sobre as gorduras e todos os malefícios que elas trazem, o colesterol tem inúmeras funções importantes para o nosso organismo. Ele pode servir como componente para as membranas das nossas células, de matéria prima, por exemplo, para a formação dos sais biliares, de vitamina D e de vários hormônios da classe dos esteroides, que inclui o cortisol, a aldosterona, a testosterona e a progesterona, explica.
Thaís salienta que como o colesterol é uma gordura, ele não consegue se dissolver no sangue para ser transportado até os nossos tecidos. Para que esse transporte seja feito, é necessário que ele se ligue a algumas proteínas que vão facilitar esse processo. A profissional explica que junção do colesterol e alguns outros lipídios com essas proteínas formam um complexo chamado lipoproteína.
– Existem vários tipos de lipoproteínas e é isso que diferencia o colesterol e seus vários tipos. O HDL, conhecido como colesterol bom, é uma lipoproteína de alta densidade, com papel de levar o excesso de colesterol dos nossos vasos sanguíneos até o fígado, onde será usado para síntese dos sais biliares. O LDL, o famoso colesterol ruim, é a lipoproteína de baixa densidade, e ela faz o trajeto oposto, levando o colesterol do fígado para os tecidos e isso aumenta o risco de que no meio desse trajeto eles sem depositem nas artérias, obstruindo o fluxo sanguíneo. E o VLDL é uma lipoproteína de muito baixa densidade que transporta par a os tecidos principalmente triglicerídeos, que é um outro tipo de gordura.
A biomédica diz que existem ainda outros tipos menos famosos, como o IDL (lipoproteína intermediária formada depois que o VLDL já entregou o seu conteúdo para os tecidos) e o Quilomícron, que é uma lipoproteína responsável por favorecer a absorção das gorduras no intestino e direcioná-las para a corrente sanguínea, destaca.
A professora da Estácio esclarece que o aumento nas taxas de colesterol normalmente não apresenta sintomas, dificultando que se perceba a alteração até que ela já esteja causando problemas por se depositar no sistema circulatório, mas os sinais de alerta incluem cansaço, falta de ar e dores de cabeça, que são sintomas bastante inespecíficos.
– Por isso é tão importante avaliar o perfil do colesterol com exames de rotina, para que seja feito um diagnóstico precoce. Com o avanço da doença e o depósito do colesterol nos vasos do coração, os sintomas cardíacos se tornam mais evidentes, como palpitações, dores no peito e dormência; assim como sintomas de depósito nos vasos cerebrais, com episódios de paralisia, perda da fala e sonolência, lista a biomédica, frisando que níveis altos de colesterol podem ainda proporcionar o depósito do lipídeos debaixo da pele, formando nódulos de gordura chamados de xantelasma (que podem ser percebidos muitas vezes ao redor dos olhos).
Conheça os alimentos campeões
no auxílio à redução do colesterol ruim
A biomédica acrescenta que para manter o colesterol controlado não tem mistério.
– O combo atividade física aliada à boa alimentação é sempre o melhor caminho. O exercício físico reduz o LDL através de seu uso para a geração de energia, sobrando mais HDL, e também induz a produção de substância chamadas lipases, que diminuem os depósitos de gorduras acumulados nos vasos. E uma dieta que priorize alimentos ricos em fibras irá ajudar a reduzir a absorção intestinal de gordura, afirma Thaís Bazoti.
A nutricionista Lívia Pinto Heckert Bastos, professora do curso de Nutrição da Estácio, concorda, e destaca que a elevação do colesterol ruim, o LDL, está associada a um estilo de vida inadequado, que envolve sedentarismo, tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o estresse.
– Para evitar o excesso do LDL é importante manter o equilíbrio na alimentação, evitando alimentos processados e ultraprocessados. Esses grupos de alimentos são descritos no Guia Alimentar para a População Brasileira (publicado pelo Ministério da Saúde) e devem ser evitados por conterem elevado teor de gorduras trans. Deve ser evitado também o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, como bacon, embutidos, alimentos de origem animal com gorduras, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, manteiga e o famoso fast food.
Mas, se por um lado existem os vilões da alimentação, em contrapartida, a nutricionista explica que existem alguns alimentos que podem ser considerados campeões no auxílio à redução do LDL.
– São aqueles alimentos ricos em fibras, ômega 3, fitosteróis, gorduras monoinsaturadas e poliisaturadas. São bons exemplos as frutas, legumes e verduras, como abacate, linhaça, azeite de oliva, aveia, chia, e oleaginosas como castanhas e nozes. Alguns desses alimentos, associados a um estilo de vida saudável, podem contribuir para a redução do colesterol.
A professora da Estácio orienta ainda a substituição do leite integral e queijos amarelos pelas versões menos gordurosas, assim como manter o equilíbrio na alimentação incluindo peixes e evitando excessivo consumo de carne vermelha.