Muito mais que estética, botox auxilia no tratamento de doenças
Entenda de que forma a toxina age no organismo, amenizando sintomas e tratando alguns distúrbios
Apesar de sabermos que a dor de cabeça causada pela enxaqueca ocorre por um mecanismo central, ou seja, dentro do cérebro, estudos mostram que o botox diminui a incidência de crises em pacientes com enxaqueca crônica. “Assim quando aplicamos a toxina em pontos específicos ocorre relaxamento muscular e alteração da capacidade do nervo de transmitir estímulos dolorosos, diminuindo a enxaqueca”, explica o cirurgião plástico Dr. Bruno Luitgards.
Em relação à hiperidrose, o princípio é praticamente o mesmo. O bloqueio do neurotransmissor, causado pela toxina botulínica, impede que a mensagem do nervo responsável pela liberação de suor chegue às glândulas. Dessa forma, o botox elimina o suor. “A aplicação deve ser realizada na área em que há sudorese excessiva, como as mãos ou axila, impedindo então toda a liberação de suor nesta área”, orienta Dr. Bruno. Nos dois casos a duração dos efeitos é temporária e a reaplicação periódica se faz necessária para manter o resultado esperado.
Indicação
Apesar de a toxina botulínica ter resultados muito positivos tanto esteticamente quanto para tratamentos, ela não é indicada para todos. A aplicação do botox é mais recomendada para pacientes com enxaqueca crônica, ou seja, pacientes que tem crises de enxaqueca durante, pelo menos, 15 dias por mês. Com o tratamento os pacientes podem ter diminuição do numero de crises e da gravidade de crises.
Para tratar a hiperidrose, a indicação é apenas a queixa do paciente. “Quem se incomoda com suor excessivo pode fazer a aplicação do botox”, diz Dr. Luitgards. Entretanto, o tratamento com a toxina deve ser executado somente por um profissional da área, evitando, assim, resultados inesperados.
O tratamento da enxaqueca com toxina botulínica é mais comumente realizado pelo neurologista, pois a indicação deve ser realizada a partir da enxaqueca crônica que não se resolveu com os remédios tradicionais. “Vale lembrar que o botox não é cura para a doença, mas sim tratamento, sendo necessário manter os medicamentos receitados pelo médico especialista. Além disso, pode não haver melhora em alguns pacientes”, alerta o cirurgião plástico.
No caso da hiperidrose ocorre completa remissão da sudorese nos locais aplicados. “Muitos pacientes inclusive interrompem uso de antitranspirantes, mas o resultado é temporário e a aplicação deve ser repetida”, afirma Dr. Bruno. O botox também age positivamente no tratamento de espasmos hemifaciais, distonia, estrabismo, rigidez muscular e até mesmo bexiga hiperativa.